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Como os nossos pais – Elis Regina

27/05/2010
Intérprete – Elis Regina
 
Compositor – Belchior
 
Ano de divulgação – 1976
 
Álbum – Falso Brilhante
 
 
 

Álbum Falso Brilhante

“Viver é melhor que sonhar”
 
A discussão sempre presente na relação entre pais e filhos é a alma dessa canção. Quando somos jovens sempre achamos que nossos pais estão errados, que a educação que recebemos poderia ter sido melhor, porém quando crescemos e temos filhos repetimos o mesmo que nossos pais faziam conosco. É isso que Belchior quer mostrar na letra dessa bela música. Os versos “ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais” deixam tudo bem claro. Nós até mudamos, mas ainda vivemos do mesmo modo como os nossos pais viviam.
Alem de tudo isso, Belchior também quer mostrar que o mundo pouco mudou. Por mais que as tentativas de mudanças fossem aplicadas, o modo como vemos o mundo é o mesmo.
A opinião do professor Eliude A. Santos sobre a canção coloca uma análise ainda mais clara sobre a importância de sua letra. Segundo o professor, “Como os nossos pais é um hino à juventude que amadurece percebendo que o mundo é uma constante, porque é feito de homens que se acomodam e de outros que lutam por mudança”.
Como nossos pais torna-se ainda mais bela com a interretação de uma das melhores vozes que esse país já ouviu, ou seja, com Elis Regina interpretando a canção como uma verdadeira atriz que vive aquele momento, o entendimento da música se dá por completo.
A canção lançada em 1976 entra para o blog como uma bela letra, uma excelente interpretação e um tema bastante interessante de se pensar.

From → Músicas

19 Comentários
  1. É interessante a análise que fez, mas se me permite, discordo um pouco do seu ponto de vista, apesar de eu não ter base para uma crítica bem formulada.
    Mas se pegarmos o contexto histórico em que foi escrita, talvez seja possível ver um outro lado da canção: uma crítica feita a isto que você põe. Explicando melhor, nos tempos da ditadura, o sistema repressivo desejava exatamente que os jovens se acomodassem e repetissem a acomodação de seus pais, entrando em um ciclo vicioso. Belchior, neste caso, me parece fazer uma crítica a isso, colocando que esta posição da juventude é uma postura ahistórica. A citação que você fez do professor Eliude A. Santos, também me parece concordar com isso.
    Abs! Continue o bom trabalho, pois pensamento crítico é sempre importante!

    • Gustavo Freitas permalink

      A opinião do likekiwi traz um outro sentido para a canção. Ums entido que não podemos descartar, afinal, a ditadura realmente queria que fossemos acomodados, assim como nossos pais eram. Agradeço pelo comentário!

      O objetivo do blog é explicar um pouco sobre as canções e também ouvir a opinião das pessoas sobre elas. Sua participação foi muito válida e importante!

      Continue participando do blog. Obrigado pelos elogios

      Abraços!

      • Marcelo nunes de sousa permalink

        Eu acho que o compositor dessa musica que alertar aos jovens a difilcudade desse mundo
        quando saimos em buscar de nosso sonhos mas o sinal esta fechado pra nos
        por eles venceram e nos negam orpotunidades por jovens
        aindar o composito diz quer viver e melhor que sonhar porque indo em buscar de sonhos podemos sofrer muito e esquecer di viver por mas que vecemos nessa vida vamos ser o mesmo o mundo vai ser o mesmo

  2. moni permalink

    as duas analises sao interessantes

  3. Tatiane permalink

    Bom no meu ponto de vista a música nos traz uma visão de um passado onde muitos lutaram para que houvesse mudanças.
    Na epoca do nossos pais (ditadura) muitas coisas não eram tão liberal como hoje mas apesar de tudo isso ,jovens da epoca lutaram pelos seus ideais, hoje jovens da geração Y tem tudo pra mudar o mundo pra melhor expor idéias ,criar inovar…tem vários meios de concentização ,mas o que acontece com eles se acomodam e preferem ficar nas mesmice deixar como estar pois mudar nunca é facil exige garra força e perverança …e ai vem aquela velha frase ainda somos os mesmo e vivemos como nossos pais.
    Jovens vamos fazer a diferença!!!

    Anteciosamente,
    Tatiane Celis

    • Lucas permalink

      Essa música foi escrita em 1976, ele não falava da geração atual, mas sim da presente na ditadura que permitiu que ela se sucedesse. Podemos até entender dessa forma mas não foi essa a intenção inicial do artista. Principalmente na parte da geração da ditadura… o que você disse é o contrário da intenção dele. A ditadura no final das contas acomodou os jovens e hoje vivemos a consequência dessa mancha na nossa história.

  4. carlosouza permalink

    Concordo com as ideias dos demais , pois todas tem sentido de acordo com a letra da musica. Mas pelo periodo em que ela foi escrita, penso que se refere a acomodaçao que o regime militar queria que as pessoas seguissem, publicando sonhos de que o Brasil iria prosperar, ser um país do futuro, entretanto limitando as possibilidades de mudança pelos jovens. E infelismente pouca coisa mudou…

  5. Adorei, quero compartilhar!

  6. J.G. permalink

    Opa! Eu andei pesquisando sobre essa música e vi uma análise sobre ela dentro do contexto da ditadura militar: “Por isso cuidado meu bem, há perigo na esquina / eles venceram e o sinal está fechado para nós, que somos jovens / Para abraçar seu irmão e abraçar sua menina na rua, é que se fez o seu braço, o seu lábio e sua voz” – isso, segundo aquela análise, é uma indicação do momento repressivo daquela época: “há perigo na esquina, eles venceram”, ou seja, a ditadura; “sinal fechado para nós”, a grande repressão advinda do golpe e, principalmente, da barbárie após o AI-5, em 68; “pra isso que fez o seu braço, lábio e voz”, não foi feito pra luta popular, e sim para as ‘amenidades’ da vida.
    “já faz tempo… cabelo ao vendo, gente jovem reunida”; é sabido que na época da ditadura não era permitido reuniões públicas (em praças, ruas) de pessoas, pois podiam ser conversas políticas; “apesar de termos feito o que fizemos, vivemos como nossos pais”, como já apontou um colega acima, é exatamente o fato de que toda a luta por direitos, igualdade social, ainda vivem como seus pais. Ou seja, nada mudou.
    Tem mais um monte de trechos interessantes que dá para interpretar dentro do contexto da ditadura. Depois de entender essas questões sobre a decepção da juventude nos anos 60/70, comecei a gostar muito mais dessa música.
    Abraço!

  7. Augusto Alves Moreira permalink

    Muito boa a análise de todos que compartilharam, porém, a de J. G. coletando verso por verso, esclarece com melhor eficácia as dúvidas. Parabéns a todos.

  8. Renato permalink

    Demais!

  9. iza. permalink

    A letra com certeza fala da época da Ditadura Militar. A letra belíssima pode ser aproveitada de outras formas, depende do momento em que se faz a interpretação. Estou trabalhando a música com alunos do 8º ano. Minha abordagem é mais amena, mostrando que os pais se preocupam, dos perigos, das ruas, das responsabilidades, o que os filhos jovens sempre contrariam , mas que no final das contas os jovens seguem os exemplos dos pais. A música faz pensar, avaliar o que temos e o que queremos. Um abraço a todos.

  10. Nada a ver o que a análise da música!
    Ela tem duplo sentido e é uma crítica a ditadura!

  11. Cristiane permalink

    Nada a ver esta explicação . Esta música foi escrita na época da ditadura , e fala da opressão , “eles venceram, e o sinal está fechado pra nós que somos jovens “… ” apesar de termos feito tudo o que fizemos, ainda somos os mesmos e vivendo como nossos pais”: apesar da luta dos jovens, por terem ido as ruas reivindicar melhores qualidade de vida , o golpe de estado trouxe repressão , torturas , e as vozes dos jovens foram silenciadas , por 20 anos .

  12. Francisco permalink

    Não devemos esquecer que “nossos ídolos são os mesmos e estão em casa contando o vil metal” é o golpe na ferradura depois do golpe no malho…j

  13. rodrigorozelli permalink

    Gustavo Freitas,

    Obrigado pelo convite a reflexão!
    Excelente texto e lembrança, sejam nossos pais no micro-cosmos, ou a ditadura num macro cosmo, a música na minha perspectiva, fala da jornada do héroi jovem, que vê que idolos são os mesmos, que attitudes são as mesmas na sociedade, afinal ele não quer mais ser só um herói, que ser humano, como nossos pais.

    Bom obras assim nunca terão um ponto final na sua interpretação, deixar de ser jovem, é se conformar com isso…..

    Grande abraço,

    Rodrigo Rocha, 34
    São Paulo
    rodrigorozelli.wordpress.com

  14. Vanusa permalink

    As duas análises estão certas. É um diálogo entre pais e filhos, a geração dos pais quando jovens lutaram, protestaram contra o sistema político, a guerra do Vietnan, foram hippies, e os pais deles eram acomodados e aceitavam calados,agora esses já mais maduros e com filhos crescidos via a ditadura militar, os desmandos da época, a falta de liberdade,e também ficavam em casa, e não faziam nada e até apoiavam, como os pais deles faziam e na época deles. Como é um diálogo (discussão, briga) ora é frase dos pais, ora é o filho jovem que responde. Dá a entender que o jovem quer ir protestar contra a situaçao e os pais não concorda por achar que é perigoso. Os pais lembrado pelo filho que eles também já protestarem,respondem que “apesar de tudo que eles fizeram, eles (os militares) ganharam e o sinal tá fechado pra nós” que aqueles jovens desistiram, não há mais o que fazer, apesar que, sentem ainda indignação e não se esqueçam das lutas.A luta desses pais foi para ganhar a liberdade de irmãos poderem se abraçarem (desaparecidos políticos) , e contra o conservadorismo (poder beijar sua menina na rua)e nessa luta, empenharam seu braço (luta, punho erguido) lábio(discurso) e voz (música)

  15. Uma grande e equivocada interpretação, pois essa música tem duplo sentido, fazia uma crítica a ditadura de forma velada, já que a época nada podoa ser abertamente!

  16. Carlos permalink

    Não se deve esquecer o contexto político da época em que a letra da música foi escrita… “Como os nossos pais” trata dos relacionamentos familiares, mas também pode ser ampliada ao contexto de um país que vivia a ditadura militar e que criticava os jovens que não lutavam por mudanças, como mais abertura social.

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