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Ainda bem que editaram o filme do Tim Maia!

O bafafá criado com a tentativa da Rede Globo de criar através do filme Tim Maia um novo documentário, com novos depoimentos e muitas cenas cortadas, abriu os olhos dos brasileiros para algo que todo e qualquer crítico de música e cultura esperava há muito tempo. Muito além das interpretações de como o canal de TV protegeu Roberto Carlos, ofendeu Tim Maia ou mesmo descaracterizou um dos melhores filmes nacionais de 2014, está a crítica vinda depois por uma sociedade que se acostumou a nos últimos anos a enfiar qualquer tipo de lixo no ouvido e tornar aquilo a verdadeira cultura de sua época.

Antes do filme Tim Maia, mas principalmente antes do documentário da Rede Globo, ouvir Roberto Carlos e o Soul Music de Sebastião Rodrigues Maia era, para a maioria dos brasileiros, “coisa de gente velha”, “gente que parou no tempo”, que pode até entender de música, mas que não compreende que a sociedade mudou e tem muita cultura impressa no funk carioca e no sertanejo universitário.

tim maia

Tim Maia estreou o no cinema antes de virar um documentário na Globo

Não serei um cético de afirmar com cem por cento de certeza de que funk carioca e sertanejo universitário não tem nada de cultural. Muito pelo contrário, afirmo sem medo de errar que a música favorita de boa parte das pessoas nascidas de 1995 para cá é o espelho (tão claro e lúcido como o de João Nogueira) cultural de uma geração. O que se vê expressado em letras destes dois ritmos é exatamente o que se lê nas pesquisas divulgadas pelos jornais, no Domingão do Faustão e até nas manifestações de julho de 2013.

As feministas ganharam o seu espaço e lutaram muito por isso, mas há músicas que insistem em dizer que a mulher tem que ser passiva ao homem, principalmente quando o assunto é sexo. Existem os que criticam Roberto Carlos por ele ter deixado toda a sua geração de lado. Enquanto Chico Buarque, Caetano Veloso e mesmo Tim Maia cantavam contra a Ditadura, o “Rei do iê-iê-iê” investia em hits como Calhambeque e Estrada de Santos.

Esses mesmos críticos não pararam para reclamar que enquanto pessoas tentavam, de forma enrustida, fazer uma revolução nas ruas, o hino do momento era Ai se eu te pego.

A Rede Globo não sabe ou talvez finja que não percebeu, mas o seu ato de trazer Tim Maia de volta com sua música de “gente velha” fez com que os brasileiros entrassem em 2015 sem a vontade de assistir ao Show da Virada, mas de baixar a discografia do “Rei do Soul” e se sentir, ainda que por um curto espaço de tempo, cult.

“Será que apenas os hermetismos pascoais, os tons, os mil tons, seus sons e seus dons geniais nos salvarão dessas trevas e nada mais”? Caetano já dava a dica em 1984 e Tim Maia, mesmo já tendo ido dessa para uma melhor, conseguiu 30 anos depois deixar o mesmo aviso.

“Ver na vida algum motivo para sonhar, ter um sonho todo azul, azul da cor do mar” (Maia, Tim. Azul da Cor do Mar. 1970).

O pequeno burguês – Martinho da Vila

Intérprete – Martinho da Vila

 Compositor – Martinho da Vila

 Ano de divulgação – 1969

 Álbum – Martinho da Vila (1969)

 Letra e música – http://letras.mus.br/martinho-da-vila/127065/

“Mas burgueses são vocês, eu não passo de um pobre coitado”

Para muitos, “O pequeno burguês” é a maior obra-prima de Martinho da Vila, mas tratando-se da genialidade do compositor em questão, é difícil também não citar “Disritmia”, “Casa de bamba”, “Sonho de um sonho” e tantas outras verdadeiras artes que passaram pelo crivo e criação de um dos maiores gênios do samba.

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O primeiro LP de Martinho da Vila já trazia grandes canções

Ainda que lançada em seu primeiro disco (Martinho da Vila – 1969), “O pequeno burguês” não foi o primeiro sucesso do até então apenas promissor sambista e compositor. Dois anos antes, ele concorreu pela primeira vez no III Festival da Record com a canção “Menina Moça”. Um ano depois, estourou nas rádios com a dançante “Casa de bamba”, cantada pelo amigo Jair Rodrigues no Festival do ano seguinte.

O que torna “O pequeno burguês” tão especial, entretanto, não é sucesso posterior a gravação, mas a história cantada em uma letra simples e que retrata a vida de muitos brasileiros ainda hoje.

Antes de se tornar um sambista de sucesso, Martinho da Vila serviu o Exército como sargento burocrata. Na época, todos os homens que iniciavam a vida de adulto e não tinham condições de sustentar uma família, acabavam servindo a nação, ainda que o salário recebido não fosse dos melhores. O “pequeno burguês” personagem da canção não é Martinho, mas um de seus companheiros de Infantaria, o Sargento Xavier.

Na época, um fardado que conseguisse conciliar o trabalho duro do Exército com uma graduação era raro, mas Sargento Xavier conseguiu o feito e se formou em Direito. Os companheiros de Infantaria, orgulhosos do companheiro, combinaram de irem todos juntos fardados na formatura de Xavier, afinal, a maioria não tinha dinheiro para comprar um terno. No dia da formatura, entretanto, ninguém foi convidado.

Um dia após o baile, todos os companheiros decidiram dar um “gelo” no Sargento Xavier, que ficou conhecido como o “pequeno burguês”, por não convidar os amigos pobres para sua formatura. Sem entender o que tinha acontecido, um dia Xavier se encontrou com Martinho e perguntou o motivo de todos o excluírem das conversas confraternizações. Sem chances de fugir, Martinho o contou que todos estavam ofendidos por nãoserem chamados para o baile de formatura.

Ao saber da história, Xavier, bastante surpreso, explicou que ele não tinha convidado a todos por um simples motivo: ele também não tinha ido, afinal, a faculdade era particular e ele não tinha como bancar o aluguel de um terno, preço de Buffet e tantas outras coisas. Ele ainda informou que o “canudo” com o diploma só foi retirado dias depois, na secretaria da Faculdade.

Gênio, Martinho emprestou a história do amigo e compôs “O pequeno burguês”. O causo de um Sargento que consegue se formar, mas não vai à formatura.

 

Eu quero é botar meu bloco na rua – Sérgio Sampaio

Intérprete – Sérgio Sampaio

Compositor – Sérgio Sampaio

Ano de divulgação – 1972

Álbum – Eu quero é botar meu bloco na rua

letra e música – http://letras.mus.br/sergio-sampaio/236958/

“Eu quero é todo mundo nesse carnaval…”

Nascido em Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo, em 1947, Sérgio Sampaio só ganhou o sucesso que merceia em 1972, quando se inscreveu no IV Festival Internacional da Canção com a música Eu quero é botar meu bloco na rua. Com uma letra cheia de metáforas, a canção entrou para a história como uma das maiores canções brasileiras de todos os tempos.

Primeiro disco de Sérgio Sampaio

Primeiro disco de Sérgio Sampaio

Em época de ditadura militar, os compositores usavam das canções para passarem as suas mensagens para a sociedade de que não concordavam com a brutalidade e a forma como o país era governado. Com uma censura forte, que analisava cada canção gravada, os grandes letristas eram obrigados a utilizar metáforas, para expressar o sentimento da canção e ao mesmo tempo escapar da censura.

Quando Sérgio Sampaio ecoava em alto e bom som que queria “botar o bloco na rua”, ele na verdade estava querendo se impor. Na época, o exército levava tropas para as ruas, como meio de demonstrar a força para os cidadãos. Sérgio também queria colocar a sua tropa (bloco), com uma grande diferença de objetivos. O bloco de Sérgio Sampaio queria “um quilo mais daquilo” e “um grilo menos disso” e chama todo mundo para esse carnaval.

O Durango Kid, que aparece na letra da canção, é uma metáfora para militares, no caso, o inimigo que impedia o bloco de ser “botado” na rua.

A primeira parte da letra remete ao sentimento que os militares tinham por qualquer cidadão. Que todos sentiam medo quando tinham as disputas nas ruas e que todos iriam se calar diante da brutalidade. A segunda parte é o hino de Sérgio Sampaio, a real vontade do brasileiro da época, que era ir para a rua e dizer tudo o que estava engasgado na garganta.

Brasil Pandeiro – Novos Baianos

Intérprete – Novos Baianos

Compositor – Assis Valente

Ano de Divulgação – 1972

Álbum- Acabou Chorare

letra e música – http://letras.mus.br/os-novos-baianos/122199/

“Brasil, esquentai vossos pandeiros, iluminai os terreiros, que nós queremos sambar

Composta por Assis Valente em 1940, a ideia era ceder Brasil Pandeiropara que Carmem Miranda gravasse, exatamente por seu uma música que exalta o Brasil e os ritmos típicos brasileiros, tão presentes nas interpretações de Miranda. Entretanto, para a decepção de Valente, a cantora se recusou a gravar e coube ao grupo Anjos do Inferno gravar a canção que se tornaria grande sucesso naquele mesmo ano.

Acabou Chorare, apontado por muitos como o maior disco brasileiro de todos os tempos

Assis Valente faleceu em 1958 e infelizmente não ouviu a melhor gravação de sua canção. Em 1972, o grupo Novos Baianos gravou Brasil Pandeiro, naquele que foi um dos maiores discos brasileiros de todos os tempos. A composição de Assis Valente abria o fantástico Acabou Chorare, que com exceção de Brasil Pandeiro, só trazia composições dos membros do grupo. Executada ao estilo Novos Baianos (cada intérprete do grupo cantava um verso da letra), a canção virou um samba-exaltação de primeira linha e ajudou a mostrar o talento de um grupo se tornaria um dos melhores do Brasil.

Brasil Pandeiro é, ao lado de Aquarela do Brasil (Ary Barroso), um hino que ressalta o que é a cultura musical do país. A letra retrata grandes lugares da Bahia, como Penha e Morro do Vintém e faz uma alusão direta ao EUA ao citar o Tio Sam. É como se os brasileiros estivessem gritando ao mundo inteiro: “Aqui se toca samba, com pandeiro e é muito bom!!

O refrão é em forma de oração: “Escutai vossos pandeiros, iluminai os terreiros, que nós queremos sambar”, concluindo toda a exaltação do samba.

Chiclete com banana – Jackson do Pandeiro

Intérprete – Jackson do Pandeiro

Compositores –  Almira Castilho e Gordurinha

Ano de divulgação – 1959

Álbum – Jackson do Pandeiro (1959)

letra e música – http://letras.mus.br/jackson-do-pandeiro/257604/

” Eu só boto bebop no meu samba quando o Tio Sam tocar um tamborim”

Maior sucesso do disco que tornou a voz e o  talento de Jackson do Pandeiro conhecido, Chiclete com Banana tornou -se um dos forrós mais apreciados no Brasil.

Disco que tornou Jackson do Pandeiro nacionalmente conhecido.

A letra fala sobre a importância do samba e do problema de “internacionalizar” a música brasileira. Não podemos esquecer que o ritmo brasileiro que estourou em todo o mundo, a bossa-nova, estava começando em 1959. O samba tomava novos formatos e muitas letras eram traduzidas para o inglês. Chiclete com banana (chiclete – símbolo americano e banana – símbolo brasileiro) vêm então demonstrar como será a mistura do samba com a música norte-americana, principalmente o rock. O interlocutor diz que só aceita a introdução da música internacional no samba no dia que o Tio Sam ( símbolo norte-americano) conseguir tocar um tamborim. A tentativa é, portanto, manter o samba puro.

Nesta canção, pela primeira vez aparece o termo samba-rock, fazendo alusão exatamente a mistura dos dois ritmos. Este tipo de mistura é hoje feito por grandes compositores e intérpretes brasileiros como Gilberto Gil, Seu Jorge e Jorge Ben Jor.

Panis Et Circensis – Os Mutantes

Intérprete – Os Mutantes

Compositores – Caetano Veloso e Gilberto Gil

Ano de divulgação – 1968

Álbum – Tropicália ou Panis Et Circensis

letra e música – http://letras.terra.com.br/mutantes/47544/

“Mas as pessoas na sala de jantar são ocupadas em nascer e morrer”

A política do pão e circo (Panis et Circensis) foi criada pelos antigos romanos, que estavam preocupados com a falta de alimento e principalmente de diversão do povo. Segundo os antigos romanos, sem estas duas coisas, era impossível se ver em sociedade e a insatisfação do povo perante os governantes só aumentaria.

Conta a história que sangrentas lutas entre gladiadores foram criadas para divertir o povo, que também recebia pão gratuito durante as lutas.

A canção Panis Et Circensis, composta por Gil e Caetano se tornou o grande hino do movimento Tropicália, que estourou no Brasil no final da década de 1960 e conseguiu universalizar a linguagem da música popular brasileira com a introdução da guitarra elétrica, do rock psicodélico e das correntes jovens do mundo na época. Foi a união do pop, com o psicodelismo e a estética que deram à música brasileira uma essência que influenciou toda a cultura nacional.

O grande álbum do movimento Tropicália

Panis Et Circensis, interpretada pelos músicos psicodélicos dos Mutantes traz a mensagem do que o movimento pretendida. Com uma letra que diz que as pessoas estão muito acomodadas e não lembram mais que a vida não é apenas nascer e morrer, deram um choque em toda a sociedade. Além disso, o teclado e a guitarra elétrica contribuíram para mostrar que a música brasileira precisava sair um pouco do patamar banquinho-violão, gerando grande euforia e alegrias nos jovens.

A canção é a principal do álbum Tropicália, que além de Os Mutantes, conta com composições e interpretações de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Rogério Duprat, Gal Costa, Torquato Neto, Tom Zé, entre outros.

Diário de um detento – Racionais MC’s

Intérprete – Racionais MC’s

Compositores – Jocenir e Mano Brown

Ano de divulgação – 1997

Álbum – Sobrevivendo no Inferno

letra e música – http://letras.terra.com.br/racionais-mcs/63369/

“Você não sabe como é caminhar com cabeça na mira de uma HK”

No século XXI, quando filmes como Carandiru, Tropa de Elite e Cidade De Deus já forma sucessos de bilheteria e popularidade fica fácil saber um pouco de como é a vida dentro da favela e dentro de um presídio. Hoje, todo mundo já sabe um pouco sobre bandidagem, tráfico de drogas e violência policial. Entretanto, assuntos como esses eram tratados apenas em jornais policiais até pouco tempo atrás. Os Racionais MC’s traziam, para os moradores destes ambientes e para os que queriam conhecer um pouco do que realmente acontecia as verdades que só seriam mostradas para o grande público alguns anos depois. o disco Sobrevivendo no Inferno foi sucesso de crítica e venda, mesmo tendo sido produzido de forma independente das gravadoras.

Sobrevivendo no Inferno, Racionais MC’s

A grande canção do disco, que é recheados de raps de primeira qualidade, é Diário de um detento que narra os momentos que precederam o massacre do Carandiru (então a maior casa de detenção do Brasil) em 1992. No massacre, os números oficiais trazem que 111 presos foram mortos pela ação policial. Entretanto, o número de mortes estipuladas é bastante superior ao número divulgado. Nenhum policial morreu.

A canção mostra, por meio de um relato em forma de diário como é difícil ser preso. Estar no meio de tantas pessoas perigosas e não sentir segurança nenhuma por parte da polícia.  na casa de detenção é cada um por si. Em um território onde reinam armas, drogas e facções, cada preso é responsável ela manutenção de sua própria vida e nunca sabe como será o dia de amanhã. Pode ser um dia normal, de trabalho, banho de sol; assim como também pode ser um dia de rebeliões e massacres, como o ocorrido em 1992.

Um fato marcante na canção de Brown e Jocenir é o apelo feito pelo detento para a família e para as pessoas próximas que estão fora da prisão. A mãe é sempre valorizada, o repúdio às drogas é claro e as orações para que a sentença do juiz lhe traga a liberdade é o desejo maior. A crítica ao policial que passa fome e é obrigado a se sujeitar aos presos também aparece na letra.

Um hino contra as injustiças e o sistema penitenciário falho brasileiro. A visão do que foi o massacre visto pelo olhar do detento, na época o grande culpado pela mídia, hoje, um pouco mais defendido. Muito dessa defesa vem da música do Racionais MC’s, que se consolidaram como um grupo de rap que luta contra a injustiça  e as diferenças sociais e raciais.

Dicas para saber mais sobre o massacre:

– du Rap, André. coordenação editoral de Zeni, Bruno.Sobrevivente André du Rap (do Massacre do Carandiru).  Labortexto Editorial. S. Paulo. 2002.

– Varella, Drauzio.Estação Carandiru. Cia das Letras. S. Paulo. 1999.

– Filme: Carandiru. (baseado na obra de Drauzio Varella). direção: Héctor Babenco. Globo Filmes. 2003.

A Flor e o Espinho – Nelson Cavaquinho

Intérprete – Nelson Cavaquinho

Compositores – Alcides Caminha, Guilherme de Brito e Nelson Cavaquinho

Ano de divulgação – 1973

Álbum – Nelson Cavaquinho (1973)

letra e música – http://letras.terra.com.br/nelson-cavaquinho/307086/

“Hoje pra você eu sou espinho. Espinho não machuca a flor.”

Com letra de Guilherme de Brito e Alcides Caminha e melodia de Nelson Cavaquinho, A flor e o espinho virou um verdadeiro hino do cancioneiro brasileiro. Composta em 1955, a canção só foi gravada pela primeira vez pelo sambista Raul Moreno em 1957, mas só obteve grande sucesso em 1964, quando Elizeth Cardoso, grande musa da época, gravou a música. Nelson cavaquinho só gravou a canção em 1973, no seu disco homônimo que trazia regravações de suas maiores composições, com destaques para as parcerias com seu grande amigo Guilherme de Brito.

Álbum que traz os grandes sucessos de Nelson Cavaquinho

A letra da canção traz metáforas e muita tristeza, elementos típicos do samba da década de 50. Logo os primeiros versos “Tire esse sorriso do caminho, que eu quero passar com a minha dor. Hoje pra você eu sou espinho. Espinho não machuca a flor”, já identificam  a canção como um samba bem escrito e com uma mensagem a ser deixada.

Ouvida até hoje, A flor e o espinho está entre os 100 maiores sambas de todos os tempos e talvez seja a melhor obra da brilhante parceria de Nelson Cavaquinho com Guilherme de Brito.

Retalhos de Cetim – Benito di Paula

Intérprete – Benito di Paula

Compositor – Benito di Paula

Ano de divulgação – 1973

Álbum – Benito di Paula (1973)

letra e música – http://letras.terra.com.br/benito-di-paula/44499/

“Não pensei que mentia, a cabrocha que eu tanto amei”

Sambista fluminense de Nova Friburgo, Benito di Paula precisou vir para São Paulo para “estourar”. Em uma época que o samba era movido pela malandragem, Benito propôs um romantismo maior no samba, retomando o que era tocado nas década de 50. O que futuramente ficaria conhecido como samba-jóia, foi rejeitado na época e só ganhou status após o sucesso de Retalhos de Cetim.

Com a canção, o compositor conseguiu um contrato com a gravadora Copacabana, uma das principais da época. Mesmo assim, a canção só aparece no segundo disco do cantor com a gravadora, o disco homônimo que ficou conhecido mundialmente.

Benito di Paula (1973)

Retalhos de Cetim conta a história de um sambista que ensaia um samba, compra fantasias e fantasias para uma cabrocha que jurou desfilar para ele, mas que não cumpriu a promessa. O sambista, melancólico, fica muito triste e desabafa. O refrão ficou muito conhecido e é cantado por todo o público nos shows de Benito.

Um samba melancólico, romântico e tocado brilhantemente no piano. Assim é o samba-joia de um sambista de primeira chamado Benito di Paula.

Quem sabe isso quer dizer amor – Milton Nascimento

Intérprete – Milton Nascimento

Compositores – Lô Borges e Márcio Borges

Ano de divulgação – 2002

Álbum – Pietá

letra e música – http://letras.terra.com.br/milton-nascimento/70280/

“Quem sabe isso quer dizer amor, estrada de fazer o sonho acontecer”

O disco Pietá foi um marco na vida artística de Milton Nascimento. Foi com este disco que o brilhante cantor e compositor entrou de vez no terceiro milênio e não ficou para trás, como muitos medalhões da MPB. A canção Quem sabe isso quer dizer amor, composta por seus amigos de Clube da Esquina, Lô Borges e Márcio Borges, se consolidou como a principal canção de um disco que trouxe grandes novos sucessos.

O tema, como o próprio nome da canção sugere, é tentar explicar o que é o amor. Como, através de atos e sentimentos é possível amar e se sentir amado. “Falara da cor dos temporais, de céu azul, das flores de abril. Pensar além do bem e do mal, lembrar de coisas que ninguém viu” são coisas que só fazemos quando sentimos amor.

Disco que trouxe Milton Nascimento de volta às rádios

Quem sabe isso quer dizer amor entrou no hall de sucessos de Milton Nascimento e já é, para muitos críticos, uma das 20 melhores canções de Milton. A melodia suave e a letra precisa e bem escrita tornaram essa música uma verdadeira obra de arte na belíssima voz de Milton Nascimento.

Milton Nascimento é um cantor dos anos 60, mas Quem sabe o que é dizer amor prova que ele ainda está vivo artisticamente e ainda é um excelente cantor.